O Judô chegou ao Brasil no início do século XX, como parte da difusão das artes marciais japonesas. Embora não haja dados específicos amplamente documentados sobre a chegada exata do judô ao Rio Grande do Norte (RN), a modalidade foi se organizando no estado no decorrer das décadas seguintes, conforme ocorreu em outras regiões do país.
A Federação de Judô do Estado do Rio Grande do Norte (FJERN) registra que atua desde 1994 no estado, com o compromisso de “fortalecer o judô como esporte, filosofia de vida e ferramenta de inclusão social”. fjern.com.br
Isso indica que, embora o judô já existisse antes desse ano nas academias e clubes, foi nessa época que a estrutura federativa passou a ter reconhecimento formal no estado.
Com a fundação ou reorganização da FJERN em 1994, o judô no RN passou a contar com uma entidade oficial que filiava clubes, regulava campeonatos estaduais, promovia treinamentos de base e representava o estado junto à Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
Em 2017, por exemplo, a FJERN reelegeu o professor Tibério Maribondo para o quadriênio 2017-2021, com o desafio declarado de manter a curva de crescimento técnico e competitivo, estabelecer uma sede administrativa e espaço de treinamento para seleções.
O judô potiguar nos últimos anos tem tido forte crescimento, tanto em número de praticantes quanto em nível técnico.
A interiorização: a FJERN tem divulgado que atua com núcleos no interior do estado, o que mostra que o esporte já não está restrito apenas à capital. Por exemplo, em reportagem sobre torneio em João Pessoa, o presidente da FJERN citou que “já contamos com vários núcleos pelo interior do estado, o que mostra a força do judô”.
Base forte: Em eventos de categorias de base o estado tem participação ativa. Por exemplo: os Jogos Escolares da Juventude, o estado conquistou diversas medalhas no judô em uma competição nacional, mostrando força da base.
Nos últimos anos, o judô do RN vem se destacando nacionalmente:
Em 2025, o estado inscreveu a maior delegação dentre as 27 federações no Campeonato Brasileiro Sub-13 e Sub-15, com 72 atletas — o número máximo permitido.
Também em 2025, o estado enviou a maior delegação potiguar da história para o Campeonato Brasileiro Júnior: 17 atletas, número inédito para o RN nessa categoria.
Em competições regionais e nacionais, atletas potiguares já alcançam pódios. Por exemplo: em 2022, na elite nacional (Troféu Brasil e Grand Prix Nacional), o judô potiguar foi representado por 13 atletas e entre os destaques estava o judoca Felipe Bezerra, que ficou em terceiro lugar na categoria +100kg.
Além de competitividade, o judô no RN tem valor social e formativo:
A prática é vista como instrumento de inclusão social, disciplina, respeito e superação. A missão da FJERN menciona “valores do judô: respeito, disciplina, perseverança e solidariedade”.
Projetos nos clubes e associações visam levar o judô para crianças e jovens, inclusive em núcleos no interior, contribuindo para o esporte como meio de formação de cidadãos.
Entre os desafios da modalidade no estado estão:
Consolidar infraestrutura de treinamento de alto nível, com centros especializados e recursos para seleção e clubes.
Garantir continuidade no investimento da base, interiorização ainda mais forte, acesso e formação de técnicos.
Aumentar a visibilidade estadual e nacional dos atletas potiguares, com foco em alto rendimento e apoio institucional.
As perspectivas são animadoras, visto os resultados recentes de crescimento e participação. A FJERN tem visão de “ser referência no cenário esportivo potiguar e nacional”.
Em resumo, o judô no Rio Grande do Norte tem uma trajetória que passa pela institucionalização da federação em 1994, pela expansão de clubes e núcleos, pelos importantes resultados recentes e por um papel social relevante. Hoje, o estado figura como exemplo de crescimento técnico e base no Nordeste, com atletas, clubes e federação trabalhando juntos para levar o tatame potiguar cada vez mais longe.
